Pular para o conteúdo principal

LAGUnB explica: Assistência Domiciliar: Conceitos e Práticas

A Assistência domiciliar (AD) é um conceito amplo, que consiste em ações orientadas para a organização do cuidado no domicílio. Um dos motivos para esta modalidade de assistência ser procurada é o fato de que, muitas vezes, o idoso não consegue se locomover até o hospital, condição que pode ocorrer por mobilidade prejudicada ou dependência de algum responsável para o transporte, por exemplo. Além disso, doenças como hipertensão, diabetes e artrite podem potencializar a não capacidade do idoso de procurar o serviço de saúde.

Segundo Lemos (2010), a AD:
"[...] é um serviço em que as ações de saúde são desenvolvidas no domicílio do paciente por uma equipe multi e inter profissional, a partir do diagnóstico da realidade em que o mesmo está inserido, assim como de seus potenciais e limitações. Vista a promoção, manutenção e/ou restauração da saúde e o desenvolvimento e adaptações de funções, favorecendo maior autonomia e independência." 




A AD diminui os custos hospitalares e humaniza as práticas de saúde, de forma que será possível enxergar o contexto de vida e histórico de um determinado paciente, com uma visão mais ampla, que possibilita orientações mais assertivas. Entretanto, a AD é um desafio para os gestores e para a sociedade, já que as demandas específicas dos idosos e de suas famílias são altas e, além disso, representam o objetivo desta modalidade de cuidado.

Neste contexto, é importante lembrar do Decreto 1948 de 1996, o qual regulamenta a Política Nacional do Idoso e preconiza a modalidade de AD para os idosos, de modo que estimulou a criação de uma Unidade de Cuidados Diurnos no Sistema Único de Saúde.

Ademais, a portaria 2527 de outubro de 2011 regulamentou a organização do Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (NRAD), o qual avalia os níveis de dependência dos idosos, determinando quantas visitas de AD ao idoso serão necessárias em um mês.
         
NRAD no DF: regionais de Sobradinho, Planaltina, Gama, Asa Norte, Guará, São Sebastião, Paranoá, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, Núcleo Bandeirante, Brazlândia, com equipes multiprofissionais (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e assistentes sociais). É importante lembrar que a Assistência Domiciliar é diferente do Programa Saúde da Família.
          
- Modalidades de AD
1. Visita domiciliar
2. Atendimento domiciliar
3. Internação domiciliar (destinada a pacientes que exijam uma atenção redobrada)

A AD, de forma ampla, oferece maior segurança para o idoso, favorecendo a recuperação, além de ser mais barato do que manter no hospital.

Objetivos do atendimento domiciliário: 
- Individualização e humanização do atendimento, com a possível diminuição de iatrogenias;
- Melhora da qualidade de vida do paciente;
- Promoção do acesso ao SUS;
- Suporte à família para o enfrentamento das dificuldades decorrentes da situação enfrentada (visão ampla de possibilidades, pelo enfermeiro, no aconchego de seu cliente);
- Diminuição dos custos hospitalares;
- Diminuição do número de reinternações.

LICENÇA, POSSO ENTRAR?


    Respeito e ética no domicílio




Desafios na AD ao idoso:

  • O número de idosos cuidadores tende a aumentar à medida que é observado o aumento da expectativa de vida.
        • Cuidadores familiares: perfil do sexo feminino, filhas ou esposa (muitas vezes idosa), que com frequência divide a atividade de cuiar com seus afazeres diários.
"CUIDAR DE QUEM CUIDA", valorizar e incentivar.


Programa de atendimento domiciliar ao idoso (PADI) - SP

  • Implantado em 1999, a partir da demanda de idosos usuários da disciplina de Geriatria e Gerontologia; 
  • Critérios de inclusão:
    • Idade mínima de 60 anos;
    • Raio de até 8 km da UNIFESP;
    • Com cuidador formal ou informal;
    • Pacientes cuja condição dificulte o acesso ao sistema de saúde;
    • Não ser dependente de monitoramento.
  • Atendimentos domiciliares e atendimentos extra visitas: orientações via telefone, atendimento serviço social individual agendado, confraternização com temas de aulas de acordo com as necessidades do grupo de cuidadores.
Imagens retiradas do site www.corbis.com.

Reunião científica apresentada pela Prof. Andréa Mathes Faustino
Publicação por Ac. Enf. Carolina Ossege e Larisse Felix

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LAGUnB explica: O que é a Caderneta do Idoso?

Criada desde 2007, a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa tem sido um documento utilizado com bastante importância no monitoramento da saúde do idoso. Carrega as devidas anotações e tem como objetivo acompanhar o idoso. A caderneta contém informações sobre o estado de saúde do idoso e é preenchida pelos profissionais de saúde. Algumas informações são: problemas atuais de saúde, medicamentos administrados, informações sobre vacinas (aplicadas e ainda por aplicar), controle de pressão arterial e glicemia, identificação, quem é o cuidador (caso necessite), entre outras. Além disso, demonstra-se um auxílio para consultas médicas e também auxilia o trabalho da Equipe de Saúde da Família. Assim, a assistência será empregada de forma direcionada, proporcionando uma melhora da qualidade de vida e um aumento não só do cuidado, mas também do conhecimento sobre o que acontece com o idoso. Referências:            http://www.saude.pa.gov.br/inde...

Estou envelhecendo

Por Wender Ferreira do Santos Desde pequeno tenho um interesse e um fascínio pelos idosos. Lembro que uma vez perguntei para minha avó por que ela estava ficando “velha”. Ela me respondeu que todo mundo envelhece, que ninguém consegue “fugir disso” e que era natural. Ela reforça que não é possível evitar e que as pessoas podiam fazer “mil coisas” para ficarem com uma aparência de jovem, mas nunca deixariam de envelhecer. Confesso que não entendi e fiquei achando muito estranho a pessoa ficar com os cabelos brancos e com a pele enrugada. Eventualmente, perguntava às pessoas da minha idade, como primos amigos e colegas da escola, o que elas achavam de envelhecer. Duas respostas eram comuns: a primeira relaciona a aparência, que é ficar com os cabelos brancos, usar bengala, usar óculos e a pele enrugada; e a segunda que envelhecer era ruim e que o bom mesmo era ser “jovem”. Devido essas experiências acabei criando uma imagem em minha cabeça, um estereótipo/estigma que enve...

Envelhecimento no Brasil

Por Mariana Mourão O mundo todo vivência o fenômeno do envelhecimento populacional, isso quer dizer que o grupo das pessoas idosos está crescendo mais do que as demais faixas etárias (criança, adolescente e adulto). Em especial, o Brasil tem vivenciado um processo de transição demográfica muito mais acelerado em relação aos pais desenvolvidos: o que traz para a nação grandes desafios para adaptar a esse novo cenário. É inegável que o envelhecimento populacional é uma conquista para a sociedade. Podemos atribuir essa conquista ao sucesso obtido pelas políticas públicas que geraram melhorias nas condições de vida e de saúde da população (CAMARANO, 2006). Entretanto, muitos idosos no país ainda vivem numa realidade com desigualdade social e de acesso aos serviços de saúde.  Isto traz à tona a necessidade do Estado e os gestores públicos proporem mudanças efetivas nos mais diversos setores: educação, habitação, trabalho, renda seguridade social e previdência entre outros. ...