Por Mariana Mourão
O mundo todo vivência o fenômeno do envelhecimento populacional, isso quer dizer que o grupo das pessoas idosos está crescendo mais do que as demais faixas etárias (criança, adolescente e adulto). Em especial, o Brasil tem vivenciado um processo de transição demográfica muito mais acelerado em relação aos pais desenvolvidos: o que traz para a nação grandes desafios para adaptar a esse novo cenário.
É inegável que o envelhecimento populacional é uma conquista para a sociedade. Podemos atribuir essa conquista ao sucesso obtido pelas políticas públicas que geraram melhorias nas condições de vida e de saúde da população (CAMARANO, 2006). Entretanto, muitos idosos no país ainda vivem numa realidade com desigualdade social e de acesso aos serviços de saúde. Isto traz à tona a necessidade do Estado e os gestores públicos proporem mudanças efetivas nos mais diversos setores: educação, habitação, trabalho, renda seguridade social e previdência entre outros.
Cabe mencionar que nessa fase da vida podemos ficar mais vulneráveis fisicamente e mentalmente; suscetíveis a perda de papéis sociais e as enfermidades demenciais, incluindo o Mal de Alzheimer, (OMS, 2008). Neste sentido, os recursos formais direcionadas aos idosos precisam ser organizadas e ofertadas desde do domicílio à estruturação de serviços de cuidados complexos, especializados bem como de longa e curta permanência. Estas ações devem ser pautadas nas necessidades de saúde de cada idoso, visando um cuidado integral e contínuo ao indivíduo e seus família.
Entretanto, ao longo da história, o cuidado com a pessoa idosa recai sobre as famílias, em especial à mulher, que atualmente, apesar do aumento de recursos financeiros possui menos tempo para o cuidado (familiar ou doméstico). A Pesquisa Sabe (2010) mostrou que por mais que as famílias cuidem de seus idosos dependentes este cuidado parece ainda não ser suficiente (CAMARANO, 2006, p.40). A família parece ainda não estar preparada para o cuidado. O amparo a pessoa idosa, previsto no Estatuto do Idoso, prevê que a responsabilidade compartilhada entre a sociedade e o Estado.
É comum que nosso imaginário nos leve a pensar na família ou instituições de longa permanência (ILPIs) para o cuidado com a pessoa idosa. Porém, o leque de alternativas está aumentando cada vez mais: centros-dias, hospitais-dias, cuidado formal ou apoio ao cuidado informal. Alternativas que podem ser oferecidas pelo Estado, inciativa privada ou mesmo pela sociedade civil.
Como citar este trabalho?
MOURÃO, M. S. Envelhecimento no Brasil. 2018. Disponível em <https://ligagerontounb.blogspot.com/2018/10/envelhecimento-no-brasil.html>
Referência
Cuidados de longa duração para a população idosa: um novo risco social a ser assumido? / Ana Amélia Camarano (Organizadora) – Rio de Janeiro: Ipea, 2010.
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