O evento aconteceu no dias de 22 a 25 de maio de 2012,
no Centro de Convenções Sul América na cidade do Rio de Janeiro. Com o tema "Envelhecimento: oportunidades, desafios e conquistas", o XVIII Congresso Brasileiro
de Geriatria e Gerontologia teve como áreas temáticas:
- Estudos em ciência básica: biogerontologia;
- Epidemiologia;
- Prevenção no envelhecimento;
- Demências e outros distúrbios cognitivos e neurológicos, cuidados paliativos e ética;
- Aspectos psicológicos do envelhecimento;
- Reabilitação/ Atividade física e Gerontotecnologia;
- Consequências sociais, econômicas e humanas do envelhecimento;
- Instituições de longa permanência para Idosos e modelos de cuidado;
- Formação de recursos humanos em Geriatria e Gerontologia;
- Qualidade de vida – Cidadania – Direito dos idosos;
- Políticas públicas (política social e aposentadoria);
- Cuidados odontológicos.
A equipe de alunos e professores da LAGUnB
participaram do Congresso apresentando 7 trabalhos científicos realizados no Centro
de Medicina do Idoso (CMI) do Hospital Universitário de Brasília (HUB), no
Centro de Saúde do Paranoá/DF e na Instituição de Longa Permanência para Idosos
Bezerra de Menezes de Sobradinho/DF. Dentre os trabalhos científicos 4 se
destacaram e seguem os resumos abaixo:
(Texto
escrito por: Profª Dra. Aline Cristina Martins Gratão)
Da esquerda para direita: Juliana, Profa. Aline, Natália, Profa. Andréa e Izabela
USO E CLASSIFICAÇÃO DE FÁRMACOS ENTRE IDOSOS DE UMA
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI) EM SOBRADINHO, DISTRITO
FEDERAL
Objetivo: Descrever o perfil do
uso e a classificação de fármacos entre idosos de uma ILPI em Sobradinho-DF
quanto ás variáveis sexo, idade, número de medicamentos em uso e classe
farmacológica. Metodologia: Trata-se
de um estudo descritivo com caráter observacional e levantamento de dados em prontuários
de idosos residentes em uma ILPI do Distrito Federal. Resultados: Foram consultados 54 prontuários de idosos sendo que 35
(64,8%) são do sexo feminino e 19 (35,2%) do sexo masculino. A média de idade foi
de 77, 53 anos. O número total de medicamentos diários variou entre um até oito
para cada idoso. As classes mais comuns de medicamentos segundo a Classificação
da Organização Mundial da Saúde (OMS) foram: Fármacos psicotrópicos, Metabolismo e
nutrição, Depressores do Sistema Nervoso Central, Fármacos Interferentes no
metabolismo da água e eletrólitos, Fármacos cardiovasculares, Fármacos do trato
gastrointestinal, Fármacos do sangue e sistema hematopoiético, Medicamentos
oftálmicos, otológicos e nasofaríngeos, Fármaco do aparelho respiratório, Preparação
para a pele e membranas mucosas, Distúrbios hormonais sexuais e quadros
clínicos relacionados, Antiinfecciosos, Agente neoplásico, Estimulante do
Sistema Nervoso Central. Sendo as duas classes mais prevalentes em uso entre os
idosos os psicotrótpicos (18,5%) e metabolismo e nutrição (16,9%).
Conclusões: Conhecer o perfil de uso e as classes de medicamentos utilizados por
idosos em uma ILPI é essencial para garantir a adesão adequada ao tratamento
medicamentoso e favorecer a administração correta dos medicamentos pelos
cuidadores e profissionais de saúde envolvidos na assistência a esses idosos.
Por meio dessas informações, é possível propor intervenções para os
profissionais de forma a reduzir os erros relacionados à administração de
medicamentos e permitir maior segurança ao idoso.
PERFIL SOCIAL E
COGNITIVO DE IDOSOS ATENDIDOS NA SALA DE ACOLHIMENTO AO IDOSO, DO CENTRO DE
SAÚDE DO PARANOÁ, DISTRITO FEDERAL
Objetivo: Descrever o perfil de
idosos que freqüentam a Sala de Acolhimento ao Idoso do Centro de Saúde do
Paranoá, Distrito Federal, quanto ás variáveis sexo, idade, acometimento por
patologias, grau de escolaridade e déficit cognitivo. Metodologia: O presente estudo consiste em um estudo descritivo com
caráter observacional com aplicação de instrumento semi estruturado para
avaliação do perfil sócio demográfico do idoso e aplicação do Mini Exame do
Estado Mental (MEEM) para avaliação do déficit cognitivo. Resultados: Foram avaliados 374 idosos, sendo que 276 (73,79%) são
do sexo feminino e 98 (26,20%) do sexo masculino. A média de idade é de 75, 52
anos. Foi realizada a avaliação MEEM de 44 idosos, sendo que 36 (81,81%) são do
sexo feminino e 08 (18,18%) do sexo masculino. A média de idade é de 70, 04
anos. Dentre as patologias a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) foi a mais
prevalente acometendo 294 idosos, seguida pela deficiência visual, 278 idosos;
deficiência auditiva, 198 idosos; doenças ósteo-articulares, 116 idosos e
osteoporose, 78 idosos. Doença de Alzheimer, neoplasias e insuficiência renal
são as patologias menos presentes, acometendo um, dez e dois clientes,
respectivamente. Sobre o MEEM, o menor score obtido foi de 13 pontos e o maior
de 30 pontos, com média de 26,08 pontos. Em relação ao nível educacional, 34,09
% da amostra é analfabeta e 43,18 % não concluíram o primeiro grau.
Conclusões: Conhecer o perfil da população idosa e a redução da capacidade cognitiva
é indispensável para o planejamento de proposta de atendimento sistematizado de
enfermagem visando à avaliação específica dos idosos no momento do acolhimento,
e a elaboração de planos de cuidados adequadamente.
AVALIAÇÃO COGNITIVA E A
CAPACIDADE FUNCIONAL DE PACIENTES DEMENCIADOS
Objetivos: caracterizar pacientes
demenciados atendidos em um serviço ambulatorial público de geriatria e
identificar o nível de dependência relacionado à avaliação cognitiva e a
capacidade funcional. Metodologia:
Os dados foram coletados por meio dos prontuários médicos dos pacientes
atendidos nas segundas-feiras, nos meses de outubro e novembro de 2011 no
Centro de Medicina do Idoso (CMI) do Hospital Universitário de Brasília/DF,
utilizando-se instrumento para identificação e perfil sociodemográfico,
resultados brutos do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para avaliação do
déficit cognitivo, das Escalas de Katz e Lawton para avaliação das Atividades
Básicas (ABVDs) e Instrumentais (AIVDs) de Vida Diária, respectivamente, e para
estadiamento da demência, foi utilizado resultado do CDR. Para análise dos
dados foi utilizada estatística descritiva. Resultados: A amostra foi constituída de 108 indivíduos com média
de idade de 77,4 anos (+ 7,2), mínimo de 53 anos e máximo de 95 anos. Houve
predomínio de mulheres 72,2% e casados 45,4%. As médias de escolaridade e MEEM
foram de 4,9 anos, e de 11,1 (p<0,001), respectivamente. Quanto a etiologia
da demência, as mais prevalentes foram, provável doença de Alzheimer (61,1%),
doença de Alzheimer + vascular (17,6%), seguido por demência vascular
(11,1%). Sobre o estadiamento da
demência, 24,1% apresentavam demência grave, 34,3% demência moderada e 41,6%
demência leve. Quanto à funcionalidade, 49,1% foram classificados como
semi-dependentes para ABVDs e 69,4%, como totalmente dependentes para AIVDs.
Foi encontrada forte correlação entre o nível de dependência total (ABVDs e
AIVDs) com o estádio da demência e com o desempenho cognitivo (p<0,001). Não
foram encontradas correlações estatisticamente significantes entre a
funcionalidade e idade e sexo.
Conclusão:
Na amostra estudada, cerca de 60% dos pacientes admitidos no serviço de
referência já estavam em fases moderada/grave de demência e a capacidade
funcional dos idosos demenciados teve associação com o estádio da demência,
independente da etiologia, isto é, quanto mais grave a demência, maior o nível
da dependência.
ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM AO CUIDADOR DE IDOSOS DEMENCIADOS
Objetivos: caracterizar idosos
demenciados quanto ao perfil sóciodemográfico, capacidade funcional e
estagiamento da demência, bem como identificar as orientações de enfermagem
realizadas com os cuidadores desses idosos no primeiro atendimento. Metodologia: Trata-se de um estudo
transversal, descritivo com 32 idosos e seus cuidadores, os quais foram
entrevistados no Centro de Medicina do Idoso (CMI) do Hospital Universitário de
Brasília/DF, nas sextas-feiras, no segundo semestre de 2011 por meio de
instrumento para identificação e perfil sociodemográfico do idoso, além de
dados coletados dos prontuários utilizando-se resultados brutos do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) para avaliação do déficit cognitivo, das Escalas de
Katz e Lawton para avaliação das Atividades Básicas (ABVDs) e Instrumentais
(AIVDs) de Vida Diária, respectivamente, e para estagiamento da demência, foi
utilizado resultado do CDR. Para análise dos dados foi utilizada estatística
descritiva. Resultados: A média de
idade dos idosos foi de 75,4 anos (+7,2), com predomínio de mulheres (75%) e
casados (56,3%). As médias de escolaridade e MEEM foram de 4,2 anos, e de 14,3
(p<0,001), respectivamente. Quanto à etiologia da demência, as mais
prevalentes foram, provável doença de Alzheimer (59,4%), doença de Alzheimer +
vascular (21,9%), seguido por demência vascular (18,8%). Sobre o estagiamento
da demência e funcionalidade, a maioria (62,6%) apresentou demência leve e
53,1% foram classificados como independentes para ABVDs e 46,9%, como
semi-dependentes para AIVDs. Os cuidadores principais (100% familiares) foram
representados, principalmente, por filhos (60%) e cônjuges (22,9%). Das
orientações de enfermagem realizadas, conforme as necessidades do idoso e
cuidador, as principais foram: medicações (62,5%), prevenção de quedas (31,3%),
alimentação e hidratação (28,1%), cuidados com a pele (18,8%) e constipação
intestinal (12,5%).
Conclusão: para
a amostra estudada, pode-se inferir que o comprometimento cognitivo parece
afetar diretamente o cotidiano do idoso e acarretar repercussões na vida do
cuidador, como a necessidade de conhecimento referente à atividade de cuidar.
Dessa forma, sugere-se aos serviços de geriatria e gerontologia planejar
estratégias de suportes formais e informais aos cuidadores de idosos com
demência.
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